PNE 2050 vai definir o tamanho da geração nuclear na matriz brasileira


Casa Viva

Com recorde de público e já considerada uma das edições mais concorridas da série, 10º SIEN reuniu cerca de 250 pessoas

 

O próximo Plano Nacional de Energia (PNE 2050), programado para ser divulgado até o final de 2019, vai definir o tamanho da participação da fonte nuclear na matriz elétrica brasileira nos próximos anos. A garantia foi dada pelo Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros, durante a abertura do 10º Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2019), no auditório de Furnas, no Rio de Janeiro, falando em nome do Ministro Bento Albuquerque, que se encontrava em viagem à China e não pode comparecer.

Reive Barros enfatizou que o Brasil tem a oportunidade de consolidar a indústria nuclear se tiver coragem e determinação, e elogiou a estabilidade jurídico-regulatória do setor. Segundo o Secretário é importante deixar claro nas metas de crescimento no PNE 2050 quantas usinas o País vai construir nos próximos 20, 30 anos.

Além da determinação de concluiras obras da usina de Angra 3, paralisadas desde 2015, o próprio ministro de Minas e Energia já havia sinalizado com a decisão do Governo Federal de construir seis novas plantas nucleares, em Pernambuco, no Nordeste do País.

Também presente à sessão de abertura do 10º SIEN, com recorde de público e já considerada uma das edições mais concorridas da série, o secretário de Coordenação de Sistemas do GSI, Antônio Capistrano de Freitas Filho, coordenador do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), falou sobre o funcionamento do Comitê e o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron).

Parafraseando discurso já proferido pelo ministro de Minas e Energia, o presidente de Furnas, Luis Carlos Ciocchi, salientou a importância de se discutir o setor nuclear sem preconceitos. Por sua vez, o diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CENEN), Ricardo Fraga, chamou atenção para o desafio de reposição de pessoal qualificado na área nuclear.

Já o diretor-presidente da Amazul, Antônio Carlos Soares Guerreiro,falou sobre a ação estratégica da empresa dentro do Programa Nuclear Brasileiro, do Programa Nuclear da Marinha e de Desenvolvimento de Submarinos), além de alguns outros projetos que vêm sendo implementados. O presidente da INB, Carlos Freire Moreirareafirmou a determinação da estatal na busca da independência financeira do Tesouro Nacional.

Por sua vez, o presidente da Nuclep, Carlos Henrique Silva Seixas, salientou a recente assinatura de contrato com a Thyssenkrupp para a construção de uma máquina empilhadeira/recuperadora, proporcionando, desse modo, o ingresso da empresa no mercado de mineração, e anunciou a entrada da Nuclep na indústria de produção de torres de energia.

O Presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães falou dos desafios para a retomada da construção da usina nuclear Angra 3, que na sua visão representará uma mudança de paradigma no modelo de negócios com a participação privada.

O primeiro dia do SIEN 2019 contou ainda com palestras e painéis sobre as diretrizes da Política Nuclear Brasileira, Angra 3 – caminhos e impactos da retomada e perspectivas de parcerias para novos investimentos, fonte nuclear na matriz elétrica – novas usinas, energia nuclear na América Latina e tecnologias e soluções para novas plantas nucleares.

No segundo dia, o evento foi aberto com painel sobre modelos de parceria para Angra 3 e novas plantas de geração – parceria de investimentos e tecnologia, com a presença do presidente da Aben, Claudio Almeida, e do vice-Presidente da ABDAN, Orpet Peixoto. Em seguida, a mesa debateu o tema“Desafios para Atender a Demanda Atual e Novas Plantas, tratando da questão do fornecimento de equipamentos, combustível nuclear e mão de obra, com a participação do Presidente da INB, Carlos Freire, da diretora da Aben, Olga Simbalista, e do Gerente Geral de Negócios da Nuclep, Ricardo Corrêa.

O tema impacto da retomada de Angra 3 na economia do Estado do Rio de Janeiro foi apresentado em palestra do Gerente de Infraestrutura da Firjan, Willian Figueiredo, e na sequência o Diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Jonathas Trindade, falou sobre o assunto com foco na área nuclear. Referência entre os eventos do segmento nuclear no Brasil, o 10º SIEN 2019 foi encerrado com uma mesa redonda que debateu a questão da flexibilização da produção de urânio e radioisótopos. A mesa contou com a participação da Assessora do GSI/PR, Liliane Ferreira da Silva; do Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Juliano Cerci; do Coordenador Geral de Negócios da Amazul, Nilo Almeida; e do Engenheiro Luiz Filipe da Silva, da INB.

O último dia do evento (sexta-feira, 16/08), foi dedicado à visita técnica à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, com cerca de 28 participantes.

Depois de assistirem a uma breve apresentação sobre tecnologia nuclear e núcleo-geração, os integrantes da comitiva puderam conhecer a usina de Angra 2 e, na parte da tarde, os simuladores das usinas Angra 1 e Angra 2, onde são treinados e capacitados os técnicos e engenheiros que operam as duas usinas do complexo em funcionamento.

A Press Way foi parceira da Casa Viva na realização do SIEN 2019 e o responsavel pelo clipping do evento.